A criação de incubadora é uma alternativa eficaz para estimular o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, industriais ou de prestação de serviços, com base tecnológica ou de manufatura leves, mas de alto valor agregado. Elas contribuem também com inovações nas cadeias produtivas afins. Por isso seu desenvolvimento deve receber a atenção das empresas já consolidadas.
Por ser uma fase embrionária, essa espécie de laboratório para o empreendedorismo deve ter uma relação estreita com universidades e centros de pesquisa, onde os envolvidos nos projetos podem recebem suporte técnico, gerencial e formação complementar de professores e especialistas, visando lapidar suas ideias e processos, até a colocação dos produtos ou serviços no mercado.
Pelo menos é assim que funciona nos países desenvolvidos, onde o estimulo à inovação tecnológica é a alma do negócio, da criação de novos mercados e da geração de riqueza. As incubadoras são galpões adaptados para alojar temporariamente jovens ousados e sonhadores, com excelentes ideias, mas sem capital para investimentos. Seus projetos são avaliados por terem, em tese, alto potencial de impacto no mercado global. Por isso, são fortemente estimulados pelo governo ou pelas instituições que os incorporam com linhas abundantes de financiamento.
No Brasil a situação é diferente. As incubadoras têm sido fomentadas exatamente pela falta de ambiente para o ingresso de jovens empresários no mercado, vítimas de uma sociedade com baixa cultura empreendedora, onde inexistem redes de cooperação entre empresas e centros de estudos e pesquisas. O quadro é agravado pela forte carga tributária e burocracia excessiva, além dos altos índices de desemprego e da carência do setor educacional. Tanto é que o perfil médio dos negócios brasileiros continua sendo de empresas que atuam com produtos e serviços tradicionais, de baixo valor agregado e baixo potencial expansivo.
O fato é que o conceito de desenvolvimento econômico está cada dia mais associado à inovação e nem mesmo um país engessado como o Brasil, avesso ao empreendedorismo, pode dar as costas a essa tendência natural. Para enfrentar tais barreiras, o Sebrae, junto às entidades patronais, tem se emprenhado em facilitar a criação de incubadoras. Muitas universidades também já se despertaram para a necessidade de estimular o empreendedorismo de seus estudantes, vislumbrando a inserção de seus projetos em parques tecnológicos. O resultado está sendo um processo crescente de fortalecimento de novos núcleos de trabalho e pesquisas, espalhados pelo país, seguindo vocações regionais, mas orientados a um mercado abrangente e exportador.
No entanto, mesmo nos casos de incubadoras bem sucedidas no país, a luta para não se enredar nas teias do retrocesso, alimentadas pela burocracia governamental excessiva, parece sem fim. Essas teias contraproducentes costumam se formar no silêncio, envolvendo toda estrutura sensível que carece de uma política industrial para seguir adiante. Sendo assim, integrar uma incubadora é uma aventura que exige não só visão de futuro, mas também habilidades para não ser pego logo adiante, quando a empresa estruturada for exposta as regras duras do mercado.
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